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UNIFAE engajada na campanha Maio Laranja

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Combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes deve ser prioridade social

Durante todo o mês, a UNIFAE participa da campanha nacional “Maio Laranja”, criada com a proposta de mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar do combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes. Este mês foi escolhido em função de um crime bárbaro, ocorrido em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), que ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Este era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados, tendo sido raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade. O crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje está impune.

Para a vice-reitora da UNIFAE, a psicóloga Maria Helena Cirne de Toledo, a divulgação da campanha é muito importante, principalmente nas escolas, pois este é um assunto tabu, do qual pouco se fala: “Cerca de 80% dos casos de abuso sexual acontecem em ambiente doméstico e não são desconhecidos pela família, mas sim silenciados. Não acontecem apenas no Brasil ou em classes menos favorecidas, mas no mundo inteiro, independentemente de raça, cultura, etnia ou nível socioeconômico.”

Segundo canais oficiais do governo brasileiro, ao longo de 2019, a violência sexual contra crianças e adolescentes foi responsável por 17 mil ocorrências desta natureza. De acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), em 40% das denúncias o abuso é cometido pelo pai ou padrasto.

E o que acontece com as vítimas? A psicanálise nos diz há muito tempo que a criança ou adolescente que sofre abuso sexual ou passa por exploração sexual, desenvolve um sentimento de culpa terrível, responsável por grandes transtornos emocionais, como explica Maria Helena: “Em regiões muito pobres, as famílias mais desfavorecidas aceitam a prostituição infantil e adolescente como forma de sobrevivência. O abuso sexual é realizado pelo adulto que, para lidar com a vilania do ato, responsabiliza a vítima. É comum o abusador dizer “a culpa é sua, você queria e estava pedindo por isso.” Acreditar que são culpadas e decepcionaram aquelas figuras confiáveis, acarreta às vítimas um sofrimento ainda maior.”

Estudos científicos mostram que quase 60% das mulheres cujos filhos sofrem abuso ou exploração sexual, também passaram por este trauma e, portanto, não têm condições emocionais de oferecer proteção a eles. “Percebam que se trata de um problema gravíssimo, que passa de uma geração para outra e deixa marcas profundas. É comum a vítima voltar-se para as drogas, ter ações suicidas, tornar-se uma pessoa totalmente introvertida ou apresentar um comportamento erótico exacerbado, e isso a gente observa eventualmente em crianças pequenas.”, esclarece a especialista.

 

A importância da denúncia

O receio de perder a fonte de sustento financeiro, a vergonha da exposição ou o receio de que a família se desfaça têm sido reconhecidos como os principais motivos que justificam o silêncio das famílias.

No entanto, é preciso ter em mente que uma família onde ocorre abuso sexual, já não é saudável, mas doente. Por isto é importante denunciar, para que algo possa ser feito pelas crianças e adolescentes, e até mesmo pelos próprios adultos, alerta a psicóloga: “Nós, cidadãos e educadores da área da saúde, precisamos estar mais atentos à fala das crianças e adolescentes. Crianças que não foram abusadas não falam de relação sexual. Mesmo que não tenham participado de um ato, se foram expostas a um filme pornográfico, por exemplo, também sofreram abuso, pois visualizaram relações sexuais entre adultos, sem ter maturidade para isso.”

Num cenário tão obscuro, quem tem mais recursos para perceber, entender e intervir são os profissionais da Educação, pois podem observar mudanças repentinas de comportamento e buscar uma aproximação para saber o que está acontecendo. “Vemos excelentes alunos que decaem de repente. Estudantes alegres e extrovertidos, que se tornam depressivos e introvertidos. Estes são indícios importantes que podem estar relacionados a abuso ou exploração sexual. Escutar é uma forma de prevenir, mas também é preciso dizer a eles que têm o direito de não aceitar que alguém toque seu corpo sem consentimento. E que, caso isso aconteça, a denúncia é um direito.”, enfatiza Maria Helena.

“Penso que a melhor forma de prevenção é manter o diálogo com os filhos desde pequenos, pois é difícil para os pais ter intimidade na conversa depois que eles crescem. Imagino que para o adulto é difícil ouvir um relato destes, mas é preciso se colocar no lugar da vítima, sem críticas ou censura.  A atitude tem de ser de acolhimento e orientação, ajudando como for possível. E é com este espírito que a UNIFAE se alia a esta campanha, usando o respeito e reconhecimento social que tem para construir espaços de discussão na mídia e provocar a reflexão das pessoas sobre este tema tão grave, que exige urgente enfrentamento.”

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